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Construção e Legalização da casa dos nossos sonhos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Smart Grid – A rede elétrica inteligente

Desde os tempos de Thomas Edison, mais de 100 anos atrás, a tecnologia de distribuição, as redes que transportam a eletricidade e medição do consumo de eletricidade pouco mudou.
A maneira como a distribuição de energia é feita atualmente é arcaica, dependemos muito de uma única fonte geradora e, caso ela falhe, toda rede fica sem abastecimento. Além disso, de acordo com a IBM: 14,7% do total da energia produzida no Brasil é dissipada no processo de distribuição.
O símbolo disso é o medidor de consumo encontrado em nossas casas, um equipamento eletromecânico, analógico, totalmente ultrapassado e obsoleto, que depende de um batalhão de pessoas passando de casa em casa para a coleta de dados, a probabilidade de erros é grande.
SMART GRID
A lógica da Smart Grid está em uma palavra: inteligência. Isso que dizer que as novas redes serão automatizadas com medidores de qualidade e de consumo de energia em tempo real. Os tradicionais medidores de luz serão substituídos por uma nova geração de leitores, equipados com chips e conectados à internet (pela própria rede elétrica ou por conexões sem fio), esses equipamentos podem transmitir os dados do consumo automaticamente para a empresa elétrica.
Uma das novidades nesta nova rede de energia é o consumidor-produtor, residências, condomínios ou empresas equipadas com painel solar, ou outra fonte de captação de energia, venderiam para o sistema a energia gerada e não utilizada.
Outra novidade são planos mais flexíveis, assim como empresas de telefonia oferecem descontos em horários de baixo movimento, as elétricas poderiam criar preços diferenciados fora dos picos de consumo. Eletrodomésticos, poderão ser programados para começar a funcionar somente no horário em que a energia estiver com o melhor preço.
Hoje, quem recebe uma conta de luz pode comparar o consumo de um mês em relação a outro ou então o gasto total em quilowatt-hora, um dado que faz pouco sentido para um gerenciamento eficiente no sentido de evitar o desperdício ou otimizar o consumo.
As informações que teremos serão, por exemplo: quanto gasto por mês o chuveiro? Quanto poderia economizar se aumentasse em meio grau a temperatura da geladeira? De posse de informações detalhadas, uma residência pode reduzir, em média, 10% seu consumo de eletricidade, sem abrir mão do conforto.
O problema é que isso vai demorar um pouco para acontecer, pois de acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) há, aproximadamente, 65 milhões de medidores analógicos no país. A regulação dos modelos digitais ainda nem saiu do papel, mas a previsão é que em no máximo dez anos todos os medidores sejam substituídos.
DICAS
Enquanto “a revolução” do Smart Grid não chega, você pode controlar o consumo de energia da sua casa, basta saber quanto gasta cada equipamento, existe duas formas para calcular exatamente esse consumo.
Kill-a-Watt
um visor de LCD irá lhe mostrar o consumo em tempo real de killowatts/hora de qualquer aparelho conectado. Com este aparelho é possível também verificar a qualidade da sua energia elétrica com o monitor de Volts.
Com este equipamento, é possível medir em tempo real: Voltagem, Corrente, Watts, Frequência, Fator de Potência, e VA. (comprar)
Outra forma é medir o consumo como um Multímetro, veja o tutorial: Medindo a potencia Watt com um Multímetro

Cobrança com medidor novo começa a chegar

Rio – Pelo menos 36.147 moradores de Niterói, Itaboraí, Caxias, São Gonçalo e Magé, que desde novembro passaram a ter o consumo de energia aferido pelo novo medidor com chip da Ampla, começam a receber as novas contas este mês. Até o fim do ano, a novidade vai chegar a Maricá e Macaé. Interrompido desde 2008 por determinação do Inmetro — que constatou irregularidade na medição de aparelhos —, a instalação de marcadores com chip foi retomada em novembro.
Alex observa seu relógio antigo perto dos de vizinhos. Ele tem quatro equipamentos diferentes para comparar seu consumo | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
A previsão é que 84 mil imóveis já contem com a nova tecnologia até dezembro, segundo o diretor de Relações Institucionais da empresa, André Moragas. A Light também anunciou ontem que pretende instalar, no período, 90 mil medidores. Como os aparelhos são muito mais precisos que os analógicos, em residências onde os relógios são muito antigos pode haver aumento na conta. A Ampla divulgou que deixava de contabilizar 24% do consumo de energia e, com a nova tecnologia, a perda caiu para 21%. “A meta é atingir a média nacional de 15%”, explicou Moragas.
O diretor informou que o medidor com chip que está sendo instalado passou nos testes e ganhou a certificação do Inmetro. O órgão confirmou e informou que o único modelo autorizado desde junho é o SGP+M E12, da Landys+Gyr. Segundo o Inmetro, os cerca de 15 mil em que foi constato defeito foram substituídos. Ao todo, cerca de 360 mil imóveis de clientes da Ampla têm medição eletrônica.
A retomada da instalação dos marcadores com chip preocupou o comerciante Alex Xander Alves, 38 anos, de Saracuruna, Caxias. Foi a partir de denúncia dele sobre o aumento excessivo na conta depois do chip no medidor de sua padaria que o Inmetro começou a investigar o problema. Desconfiado, ele mantém os analógicos para conferir o consumo. Ao todo, são quatro relógios, dois na sua casa e dois em seu comércio.“Vai começar tudo de novo”, teme Alex, que, no entanto, não tem constatado disparidades. Preocupado, Sebastião Carlos Moraes, 45, outro morador de Saracuruna, também toma conta de seu consumo em busca de qualquer mudança brusca: “Com o novo medidor ficamos em alerta”.
Moragas defende que a modernização do sistema vai facilitar o controle pelos consumidores. Através do telefone da empresa e do visor digital, a leitura do gasto de energia é mais fácil. “Ele fica sabendo quanto consumiu em KW ou em dinheiro”, explicou.
Cálculo do reajuste tarifário anual
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou ontem que fará audiências públicas a partir desta sexta-feira para analisar se houve falha na aplicação da metodologia de cálculo do reajuste tarifário anual previsto nos contratos de concessão das empresas. A Ampla e a Light estão incluídas neste levantamento. O prejuízo no bolso dos consumidores, causado por essa possível falha, chegaria a R$ 1 bilhão por ano entre 2002 e 2007, resultando ainda numa remuneração indevida das concessionárias de energia elétrica.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que as tarifas de energia elétrica cobradas por diversas distribuidoras do País apresentaram distorções em relação ao modelo definido pela Aneel para os reajustes tarifários. De acordo com o TCU, as distribuidoras não consideraram, nos cálculos, novas receitas obtidas a partir dos ganhos de escalas decorrentes das novas conexões. As audiências irão ocorrer nos próximos 30 dias.
Foto: Arte O Dia
MEMÓRIA: Denúncia de valor alto interrompeu programa
Os medidores com chips eletrônicos começaram a ser instalados pela Ampla em maio de 2005. Além de modernizar o sistema de aferição, a empresa queria acabar com o furto de energia, que só em São Gonçalo somava na época 60% do total consumido na cidade, segundo a empresa. Justamente lá, surgiram as primeiras queixas, no mesmo ano. Consumidores disseram que suas contas dispararam — em alguns casos, os aumentos foram de quase 10 vezes a tarifa.
Em outubro do mesmo ano, após série de reportagens de O DIA, o então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, pediu ao Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) para fiscalizar os equipamentos. O Inmetro entrou em cena no mesmo período.
O problema se espalhou pelo estado e manifestações explodiram em outros municípios. No ano seguinte, a Alerj instalou CPI, que recomendou ao Ministério Público a punição da Ampla. Em 2008, o MP Federal impetrou Ação Civil Pública e o Inmetro proibiu a instalação de mais medidores com chips, pois detectou falhas em três dos 10 modelos testados. O problema elevava o valor das contas. Os rejeitados foram substituídos, segundo o Inmetro. Em junho de 2009, o instituto aprovou um único modelo para o mercado. A Ampla informou ontem que usará esses equipamentos nas futuras instalações.