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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cobrança com medidor novo começa a chegar

Rio – Pelo menos 36.147 moradores de Niterói, Itaboraí, Caxias, São Gonçalo e Magé, que desde novembro passaram a ter o consumo de energia aferido pelo novo medidor com chip da Ampla, começam a receber as novas contas este mês. Até o fim do ano, a novidade vai chegar a Maricá e Macaé. Interrompido desde 2008 por determinação do Inmetro — que constatou irregularidade na medição de aparelhos —, a instalação de marcadores com chip foi retomada em novembro.
Alex observa seu relógio antigo perto dos de vizinhos. Ele tem quatro equipamentos diferentes para comparar seu consumo | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
A previsão é que 84 mil imóveis já contem com a nova tecnologia até dezembro, segundo o diretor de Relações Institucionais da empresa, André Moragas. A Light também anunciou ontem que pretende instalar, no período, 90 mil medidores. Como os aparelhos são muito mais precisos que os analógicos, em residências onde os relógios são muito antigos pode haver aumento na conta. A Ampla divulgou que deixava de contabilizar 24% do consumo de energia e, com a nova tecnologia, a perda caiu para 21%. “A meta é atingir a média nacional de 15%”, explicou Moragas.
O diretor informou que o medidor com chip que está sendo instalado passou nos testes e ganhou a certificação do Inmetro. O órgão confirmou e informou que o único modelo autorizado desde junho é o SGP+M E12, da Landys+Gyr. Segundo o Inmetro, os cerca de 15 mil em que foi constato defeito foram substituídos. Ao todo, cerca de 360 mil imóveis de clientes da Ampla têm medição eletrônica.
A retomada da instalação dos marcadores com chip preocupou o comerciante Alex Xander Alves, 38 anos, de Saracuruna, Caxias. Foi a partir de denúncia dele sobre o aumento excessivo na conta depois do chip no medidor de sua padaria que o Inmetro começou a investigar o problema. Desconfiado, ele mantém os analógicos para conferir o consumo. Ao todo, são quatro relógios, dois na sua casa e dois em seu comércio.“Vai começar tudo de novo”, teme Alex, que, no entanto, não tem constatado disparidades. Preocupado, Sebastião Carlos Moraes, 45, outro morador de Saracuruna, também toma conta de seu consumo em busca de qualquer mudança brusca: “Com o novo medidor ficamos em alerta”.
Moragas defende que a modernização do sistema vai facilitar o controle pelos consumidores. Através do telefone da empresa e do visor digital, a leitura do gasto de energia é mais fácil. “Ele fica sabendo quanto consumiu em KW ou em dinheiro”, explicou.
Cálculo do reajuste tarifário anual
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou ontem que fará audiências públicas a partir desta sexta-feira para analisar se houve falha na aplicação da metodologia de cálculo do reajuste tarifário anual previsto nos contratos de concessão das empresas. A Ampla e a Light estão incluídas neste levantamento. O prejuízo no bolso dos consumidores, causado por essa possível falha, chegaria a R$ 1 bilhão por ano entre 2002 e 2007, resultando ainda numa remuneração indevida das concessionárias de energia elétrica.
Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que as tarifas de energia elétrica cobradas por diversas distribuidoras do País apresentaram distorções em relação ao modelo definido pela Aneel para os reajustes tarifários. De acordo com o TCU, as distribuidoras não consideraram, nos cálculos, novas receitas obtidas a partir dos ganhos de escalas decorrentes das novas conexões. As audiências irão ocorrer nos próximos 30 dias.
Foto: Arte O Dia
MEMÓRIA: Denúncia de valor alto interrompeu programa
Os medidores com chips eletrônicos começaram a ser instalados pela Ampla em maio de 2005. Além de modernizar o sistema de aferição, a empresa queria acabar com o furto de energia, que só em São Gonçalo somava na época 60% do total consumido na cidade, segundo a empresa. Justamente lá, surgiram as primeiras queixas, no mesmo ano. Consumidores disseram que suas contas dispararam — em alguns casos, os aumentos foram de quase 10 vezes a tarifa.
Em outubro do mesmo ano, após série de reportagens de O DIA, o então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, pediu ao Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) para fiscalizar os equipamentos. O Inmetro entrou em cena no mesmo período.
O problema se espalhou pelo estado e manifestações explodiram em outros municípios. No ano seguinte, a Alerj instalou CPI, que recomendou ao Ministério Público a punição da Ampla. Em 2008, o MP Federal impetrou Ação Civil Pública e o Inmetro proibiu a instalação de mais medidores com chips, pois detectou falhas em três dos 10 modelos testados. O problema elevava o valor das contas. Os rejeitados foram substituídos, segundo o Inmetro. Em junho de 2009, o instituto aprovou um único modelo para o mercado. A Ampla informou ontem que usará esses equipamentos nas futuras instalações.

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