Entre a Gente...

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Construção e Legalização da casa dos nossos sonhos

terça-feira, 22 de novembro de 2011

MUDAR A FORMA DE ENSINAR E DE APRENDER COM TECNOLOGIAS

Transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual
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José Manuel Moran
Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
Texto que inspirou o capítulo primeiro do livro: MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 16ª ed. Campinas: Papirus, 2009, p.11-65
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Apresentação

"Um indivíduo consegue hoje um diploma de curso superior sem nunca ter aprendido a comunicar-se, a resolver conflitos, a saber, o que fazer com a raiva e outros sentimentos negativos" (Carl Rogers).
Educar é colaborar para que professores e alunos nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.
Educamos de verdade quando aprendemos com cada coisa, pessoa ou ideia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experiências, lemos, compartilhamos e sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços em que vivemos na família, na escola, no trabalho, no lazer, etc. Educamos aprendendo a integrar em novas sínteses o real e o imaginário; o presente e o passado olhando para o futuro; ciência, arte e técnica; razão e emoção.
De tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa podemos extrair alguma informação, experiência que nos pode ajudar a ampliar o nosso conhecimento, seja para confirmar o que já sabemos, seja para rejeitar determinadas visões de mundo.
Na educação - nas organizações empresariais ou escolares - buscamos o equilíbrio entre a flexibilidade (que está ligada ao conceito de liberdade) e a organização (onde há hierarquia, normas, maior rigidez). Com a flexibilidade procuramos adaptar-nos às diferenças individuais, respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as diferenças locais e os contextos culturais. Com a organização, buscamos gerenciar as divergências, os tempos, os conteúdos, os custos, estabelecemos os parâmetros fundamentais. Avançaremos mais se soubermos adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com o cotidiano, com o inesperado, se transformarmos a sala de aula em uma comunidade de investigação.

Ensinar de formas diferentes para pessoas diferentes.

Com a Internet estamos começando a ter que modificar a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos de educação continuada, à distância. Só vale a pena estarmos juntos fisicamente - num curso empresarial ou escolar - quando acontece algo significativo, quando aprendemos mais estando juntos do que pesquisando isoladamente nas nossas casas. Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, nos desmotivamos continuamente. Tanto professor como alunos tem a clara sensação de que em muitas aulas convencionais perdemos muito tempo.
Podemos modificar a forma de ensinar e de aprender. Um ensinar mais compartilhado. Orientado, coordenado pelo professor, mas com profunda participação dos alunos, individual e grupalmente, onde as tecnologias nos ajudarão muito, principalmente as telemáticas.
Ensinar e aprender exige hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e dificuldade em escolher quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida.
A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.
Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, emocionalmente. Enquanto a informação não fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente.
Hoje temos um amplo conhecimento horizontal - sabemos um pouco de muitas coisas, um pouco de tudo. Falta-nos um conhecimento mais profundo, mais rico, mais integrado; o conhecimento diferente, desvendado, mais amplo em todas as dimensões.
Uma parte das nossas dificuldades em ensinar se devem também a manter no nível organizacional e interpessoal formas de gerenciamento autoritário, pessoas que não estão acompanhando profundamente as mudanças na educação, que buscam o sucesso imediato, o lucro fácil, o marketing como estratégia principal.
O professor é um facilitador, que procura ajudar a que cada um consiga avançar no processo de aprender. Mas tem os limites do conteúdo programático, do tempo de aula, das normas legais. Ele tem uma grande liberdade concreta, na forma de conseguir organizar o processo de ensino-aprendizagem, mas dentro dos parâmetros básicos previstos socialmente.
O aluno não é unicamente nosso cliente que escolhe o que quer. É um cidadão em desenvolvimento. Há uma interação entre as expectativas dos alunos, as expectativas institucionais e sociais e as possibilidades concretas de cada professor. O professor procura facilitar a fluência, a boa organização e adaptação do curso a cada aluno, mas há limites que todos levarão em consideração. A personalidade do professor é decisiva para o bom êxito do ensino-aprendizagem. Muitos não sabem explorar todas as potencialidades da interação.
Tem-se que trabalhar com um grupo, não poderemos provavelmente preencher todas as expectativas individuais. Procuraremos encontrar o ponto de equilíbrio entre as expectativas sociais, as do grupo e as individuais. Quando há uma diferença intransponível entre as expectativas grupais e algumas expectativas individuais, incontornáveis em curto prazo, ainda assim, na educação, procuraremos adaptar flexivelmente as propostas, as técnicas, a avaliação (prazo maior, diferentes formas de avaliação). Somente no fim deste processo podemos julgar negativamente - reprovar o outro. É cômodo para o educador jogar sempre a culpa nos alunos, dizendo que não estão preparados, que são problemáticos. A criatividade está em encontrar formas de aproximação dos alunos às nossas propostas, à nossa pessoa.
Não podemos dar aula da mesma forma para alunos diferentes, para grupos com diferentes motivações. Precisamos adaptar nossa metodologia, nossas técnicas de comunicação a cada grupo. Tem alunos que estão prontos para aprender o que temos a oferecer. É a situação ideal, onde é fácil obter a sua colaboração. Alunos mais maduros, que necessitam daquele curso ou que escolheram aquela matéria livremente facilitam nosso trabalho, nos estimulam, colaboram mais facilmente.
Outros alunos, no início do curso podem estar distantes, mas sabendo chegar até eles, mostrando-nos abertos, confiantes e motivadores, sensibilizando-os para o que eles vão aprender no nosso curso, respondem bem e se dispõem a participar. A partir daí torna-se fácil ensinar.
Existem outros que não estão prontos, que são imaturos ou estão distantes das nossas propostas. Procuraremos aproximá-las o máximo que pudermos deles, partindo do que eles valorizam, do que para eles é importante. Mas se, mesmo assim, a resposta é fria, poderemos apelar para algumas formas de impor tarefas, prazos, avaliações mais frequentes, de forma madura, mostrando que é pelo bem deles e não como forma de vingança nossa. O professor pode impor sem ser autoritário, sem humilhar, colocando as tarefas de forma clara, calma e justificada. A imposição é um último recurso do professor, não primeiro e único. Sempre que for possível, avançaremos mais pela interação, pela colaboração, pela pesquisa compartilhada do que pela imposição.•.
Transformar a aula em pesquisa e comunicação
Vejo as aulas nas organizações - como processos contínuos de comunicação e de pesquisa, aonde vão construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aula-pesquisa, onde professor motiva, incentiva dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. Depois da sensibilização - verbal audiovisual - o aluno - às vezes individualmente e outras em pequenos grupos - procura suas informações, faz a sua pesquisa na Internet, em livros, em contato com experiências significativas, com pessoas ligadas ao tema.
Os grandes temas da matéria são coordenados pelo professor, iniciados pelo professor, motivados pelo professor, mas pesquisados pelos alunos, às vezes todos simultaneamente; às vezes, em grupos; às vezes, individualmente.
Uma parte da pesquisa pode ser feita "ao vivo" (juntos fisicamente); outras “off line” (cada pesquisa no seu espaço e tempo preferidos). Ao vivo, o professor está atento às descobertas, às dúvidas, ao intercâmbio das informações (os alunos pesquisam, escolhem, imprimem), ao tratamento das informações. O professor ajuda, problematiza, incentiva, relaciona.
Ao mesmo tempo, o professor coordena as trocas, os alunos relatam suas descobertas, socializam suas dúvidas, mostram os resultados de pesquisa. Se possível todos recebe uma seleção dos melhores materiais descobertos pelos alunos, junto com os do professor (textos impressos ou colocados à disposição pelo professor ou indicados em sites da Internet).
Os alunos levam para casa os textos, onde aprofundam a sua leitura, fazem novas sínteses, colocam os problemas que os textos suscitam, os relacionam com a sua realidade.
Essa pesquisa é comunicada em classe para os colegas e o professor procura ajudar a contextualizar, a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados no conjunto das informações trazidas. Esse caminho de ida e volta, onde todos se envolvem, participam é fascinante, criativo, cheio de novidades e de avanços. O conhecimento que é elaborado a partir da própria experiência se torna muito mais forte e definitivo em nós.
Junto com a pesquisa coletiva, o professor incentiva a pesquisa individual ou projetos de grupo. Cada aluno-pessoalmente ou em dupla - escolhe um tema mais específico da matéria e que é do interesse também do aluno. Esse tema é pesquisado pelo aluno com orientação do professor. É apresentado à classe. É distribuído aos colegas. É divulgado na Internet.
É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe. Vale a pena descobrir as competências dos alunos que temos em cada classe, que contribuições podem dar ao nosso curso. Não vamos impor um projeto fechado de curso, mas um programa com as grandes diretrizes delineadas e aonde vamos construindo caminhos de aprendizagem em cada etapa, estando atentos - professor e alunos - para avançar da forma mais rica possível em cada momento.

Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?

Iremos combinando daqui em diante cursos presenciais com virtuais, períodos de pesquisa mais individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Algum curso poderá fazê-los sozinhos com a orientação virtual de um tutor e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, ideias.

Quando vale a pena encontrar-nos fisicamente numa sala de aula?

Como regra geral, no começo e no final de um novo tema, de um assunto importante. No início, para colocar esse tema dentro de um contexto maior, para motivar os alunos, para que percebam o que vamos pesquisar e para organizar como vamos pesquisá-lo. Os alunos, iniciados ao novo tema e motivados, o pesquisam, sob a supervisão do professor e voltam à aula depois de um tempo para trazer os resultados da pesquisa, para colocá-los em comum. É o momento final do processo, de trabalhar em cima do que os alunos apresentaram, de complementar, questionar, relacionar o tema com os demais.
Vale a pena encontrar-nos no início de um processo específico de aprendizagem e no final, na hora da troca, da contextualização. Uma parte das aulas pode ser substituída por acompanhamento, monitoramento de pesquisa, onde o professor dá subsídios para os alunos irem além das primeiras descobertas, para ajudá-los nas suas dúvidas. Isso pode ser feito pela Internet, por telefone ou pelo contato pessoal com o professor.
Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade também se altera. Podemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" por videoconferência na minha aula. Haverá um intercâmbio muito maior de professores, onde cada um colabora em algum ponto específico, muitas vezes a distância.
O conceito de curso, de aula também muda. Hoje entendemos por aula um espaço e tempo determinados. Esse tempo e espaço cada vez serão mais flexíveis. O professor continua "dando aula" quando está disponível para receber e responder mensagens dos alunos, quando cria uma lista de discussão e alimenta continuamente os alunos com textos, páginas da Internet, fora do horário específico da sua aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos os presentes em muitos tempos e espaços diferentes, quando tanto professores quanto os alunos estão motivados e entendem a aula como pesquisa e intercâmbio, supervisionados, animados, incentivados pelo professor.
Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá do tipo de matéria, das necessidades concretas de cobrir falta de profissionais em áreas específicas ou de aproveitar melhor especialistas de outras instituições que seria difícil contratarem.

Educar o educador

De um professor espera-se, em primeiro lugar, que seja competente na sua especialidade, que conheça a matéria, que esteja atualizado. Em segundo lugar, que saiba comunicar-se com os seus alunos, motivá-los, explicar o conteúdo, manter o grupo atento, entrosado, cooperativo, produtivo.
Muitos se satisfazem em ser competentes no conteúdo de ensino, em dominar determinada área de conhecimento e em aprimorar-se nas técnicas de comunicação desse conteúdo. São os professores bem preparados, que prestam um serviço importante socialmente em troca de uma remuneração, em geral, mais baixa do que alta.
Na educação, escolar ou empresarial, precisamos de pessoas que sejam competentes em determinadas áreas de conhecimento, em comunicar esse conteúdo aos seus alunos, mas também que saibam interagir de forma mais rica, profunda, vivencial, facilitando a compreensão e a prática de formas autênticas de viver, de sentir, de aprender, de comunicar-se. Ao educar facilitamos, num clima de confiança, interações pessoais e grupais que ultrapassam o conteúdo para, através dele, ajudar a construir um referencial rico de conhecimento, de emoções e de práticas.
As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, de termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos.
Os grandes educadores atraem não só pelas suas ideias, mas pelo contato pessoal. Dentro ou fora da aula chamam a atenção. Há sempre algo surpreendente, diferente no que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de comunicar-se. É um poço inesgotável de descobertas.
Enquanto isso, boa parte dos professores é previsível, não nos surpreende; repetem fórmulas, sínteses.
O contato com educadores entusiasmados atrai, contagia, estimula, os tornam próximos da maior parte dos alunos. Mesmo que não concordemos com todas as suas ideias, os respeitamos.
As primeiras reações que o bom professor e educador despertam no aluno são a confiança, a admiração e o entusiasmo. Isso facilita enormemente o processo de ensino-aprendizagem.
As mudanças na educação dependem também de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico, além das empresariais ligadas ao lucro; que apoiem os professores inovadores, que equilibrem o gerenciamento empresarial, tecnológico e o humano, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação.
As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos, motivados, facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador.
Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas.

Educação para a autonomia e para a cooperação

A educação avança pouco - nas organizações empresariais e nas escolas - porque ainda estamos profundamente inseridos em organizações autoritárias, em processos de ensino e aprendizagem controladores, com educadores pouco livres, mal resolvidos, que repetem mais do que pesquisam, que impõem mais do que se comunicam, que não acreditam no seu próprio potencial nem no dos seus alunos, que desconhece o quanto eles e seus alunos podem realizar.
Um dos eixos das mudanças na educação passa pela transformação da educação em um processo de comunicação autêntica, aberta entre professores e alunos, principalmente, mas também incluindo administradores e a comunidade (todos os envolvidos no processo organizacional). Só vale a pena ser educador dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial. Só aprendemos profundamente dentro deste contexto. Não vale a pena ensinar dentro de estruturas autoritárias e ensinar de forma autoritária. Pode até ser mais eficiente em curto prazo - os alunos aprendem rapidamente determinados conteúdos programáticos - mas não aprendem a serem pessoas, a serem cidadãos.
Sei que parece uma ingenuidade falar de comunicação autêntica numa sociedade altamente competitiva, onde cada um se expõe até determinado ponto e, na maior parte das vezes, se esconde, em processos de comunicação aparentes, cheios de desconfiança, quando não de interações destrutivas. As organizações que quiserem evoluir terão que aprender a reeducar-se em ambientes mais significativos de confiança, de cooperação, de autenticidade. Isso as fará crescer mais, estarem mais atentas às mudanças necessárias.
Com ou sem tecnologias avançadas podemos vivenciar processos participativos de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) através da comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicação, num processo dinâmico e amplo de informação inovadora, reelaborada pessoalmente e em grupo, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando todas as habilidades disponíveis do professor e do aluno.
É importante educar para a autonomia, para que cada um encontre o seu próprio ritmo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, é importante educar para a cooperação, para aprender em grupo, para intercambiar ideias, participar de projetos, realizar pesquisas em conjunto.
Só podemos educar para a autonomia, para a liberdade com autonomia e liberdade. Uma das tarefas mais urgentes é educar o educador para uma nova relação no processo de ensinar e aprender, mais aberta, participativa, respeitosa do ritmo da cada aluno, das habilidades específicas de cada um.
O caminho para a autonomia acontece combinando equilibradamente a interação e a interiorização. Pela interação aprendemos, nos expressamos, confrontamos nossas experiências, ideias, realizações; pela interação buscamos ser aceitos, acolhidos pela sociedade, pelos colegas, por alguns grupos significativos. Pela interiorização fazemos a integração de tudo, das ideias, interações, realização em nós vai encontrando nossa síntese, nossa identidade, nossa marca pessoal, nossa diferença.
A tecnologia nos propicia interações mais amplas, que combinam o presencial e o virtual. Somos solicitados continuamente a voltar-nos para fora, a distrair-nos, a copiar modelos externos, o que dificulta o processo de interiorização, de personalização. O educador precisa estar atento para utilizar a tecnologia como integração e não como distração ou fuga.
O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo tempo está atento ao que não sabe, ao novo. Mostra para o aluno a complexidade do aprender, a sua ignorância, suas dificuldades. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório. Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses.

Experiências pessoais de ensino utilizando a Internet

Venho desenvolvendo algumas experiências no ensino de graduação e de pós-graduação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Criei uma página pessoal na Internet, no endereço www.eca.usp.br/prof./moram. Nela constam as disciplinas de pós-graduação - Redes eletrônicas na Educação e Novas Tecnologias para uma Nova Educação - e três de graduação - Novas Fronteiras da Televisão, Legislação e Ética do Radicalismo e Mercadologia de Rádio e Televisão - com o programa e alguns textos meus e dos meus alunos. O roteiro básico é o seguinte: no começo do semestre, cada aluno escolhe um assunto específico dentro da matéria, vai pesquisando-o na Internet e na biblioteca. Ao mesmo tempo, pesquisamos também temas básicos do curso. O aluno apresenta os resultados da sua pesquisa específica na classe e depois pode divulgá-los, se quiser, através da Internet.
Disponho de duas salas de aula com dez computadores em uma e quatorze em outra, ligados à Internet por fibra ótica, para vinte alunos, em média. Utilizamos essa sala a cada duas ou três semanas. As outras aulas acontecem na sala convencional.
O fato de ver o seu nome na Internet e a possibilidade de divulgar os seus trabalhos e pesquisas, exerce uma forte motivação nos alunos, os estimula a participar mais em todas as atividades do curso. Enquanto preparam os trabalhos pessoais, vou desenvolvendo com eles algumas atividades.
Começamos com uma aula introdutória para os que não estão familiarizados com a Internet. Nela aprendemos a conhecer e a usar as principais ferramentas. Fazemos pesquisa livre, em vários programas de busca. Cadastramos a cada aluno para que tenha o seu e mail pessoal (na própria universidade ou em sites que oferecem endereços eletrônicos gratuitamente).
Num segundo momento, todo pesquisou um tópico importante do programa. É importante sensibilizar o aluno antes para o que se quer conseguir neste momento, neste tópico. Se o aluno tem claro ou encontra valor no que vai pesquisar, o fará com mais rapidez e eficiência. O professor precisa estar atento, porque a tendência na Internet é para a dispersão fácil. O intercâmbio constante de resultados, a supervisão do professor pode ajudar a obter melhores resultados. Eles vão gravando os endereços, artigos e imagens mais interessantes em disquete e também fazem anotações escritas, com rápidos comentários sobre o que estão salvando. As descobertas mais importantes são comunicadas aos colegas. Imprimem os textos mais significativos. No final, os alunos comunicam os principais resultados da sua busca e encontramos os principais pontos de apoio para analisar o tema do dia. Professor e alunos relacionam as coincidências e divergências entre os resultados encontrados e as informações já conhecidas em reflexões anteriores, em livros e revistas.
O meu papel é o de acompanhar cada aluno, incentivá-lo, resolver suas dúvidas, divulgar as melhores descobertas. As aulas na Internet se alternam com as aulas habituais, onde acrescentamos textos escritos, vídeos para aprofundar os temas pesquisados inicialmente na Internet. Posteriormente, cada aluno desenvolve um tema específico de pesquisa, que ele escolhe, conciliando o seu interesse pessoal e o da matéria. É interessante que os alunos escolham algum assunto dentro do programa que esteja mais próximo do que eles valorizam mais. Essas pesquisas podem ser realizadas dentro e fora do período de aula. Estou junto com eles, dando dicas, tirando dúvidas, anotando descobertas. Esses temas específicos são mais tarde apresentados em classe para os colegas. O professor complementa, questiona, relaciona essas apresentações com a matéria como um todo. Alguns alunos criam suas páginas pessoais e outros entregam somente os resultados das suas pesquisas para colocá-los na minha página.
Além das aulas, acontece um estimulante processo de comunicação virtual, junto com o presencial. Eles podem pesquisar em uma sala especial em qualquer horário, se houver máquinas livres. Os alunos me procuram mais para atendimento específico na minha sala, e também enviam mensagens eletrônicas. Como todos têm e-mail, envio com frequência textos, endereços, ideias, sugestões em uma lista que crio para o curso. Isso estimula, principalmente na pós-graduação, o intercâmbio, a troca também entre colegas, à inserção de novos materiais trazidos pelos próprios alunos.
A navegação precisa de bom senso, gosto estético e intuição. Bom senso para não deter-se, diante de tantas possibilidades, em todas elas, sabendo selecionar, em rápidas comparações, as mais importantes. A intuição é um radar que vamos desenvolvendo de "clicar" o mouse nos links que nos levarão mais perto do que procuramos. A intuição nos leva a aprender por tentativa, acerto e erro. Às vezes passaremos bastante tempo sem achar algo importante e, de repente, se estivermos atentos, conseguiremos um artigo fundamental, uma página esclarecedora. O gosto estético nos ajuda a reconhecer e a apreciar páginas elaboradas com cuidado, com bom gosto, com integração de imagem e texto. Principalmente para os alunos, o estético é uma qualidade fundamental de atração. Uma página bem apresentada, com recursos atraentes, é imediatamente selecionada, pesquisada.
Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor. Diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se sucedem ininterruptamente. Tendem a acumular muitos textos, lugares, ideias, que ficam gravados, impressos, anotados. Colocam os dados em sequência mais do que em confronto. Copiam os endereços, os artigos uns ao lado dos outros, sem a devida triagem.
Creio que isso se deve a uma primeira etapa de deslumbramento diante de tantas possibilidades que a Internet oferece. É mais atraente navegar, descobrir coisas novas do que analisá-las, compará-las, separando o que é essencial do acidental, hierarquizando ideias, assinalando coincidências e divergências. Por outro lado, isso reforça uma atitude consumista dos jovens diante da produção cultural audiovisual. Ver equivale, na cabeça de muitos, a compreender e há certo ver superficial, rápido, guloso sem o devido tempo de reflexão, de aprofundamento, de cotejamento com outras leituras. Os alunos se impressionam primeiro com as páginas mais bonitas, que exibem mais imagens, animações, sons. As imagens animadas exercem um fascínio semelhante às do cinema, vídeo e televisão. Os lugares menos atraentes visualmente costumam ser deixado em segundo plano, o que acarreta, às vezes, perda de informações de grande valor.
A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua.
O aluno desenvolve a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados. A interação bem sucedida aumenta a aprendizagem. Em alguns casos há uma competição excessiva, monopólio de determinados alunos sobre o grupo. Mas, no conjunto, a cooperação prevalece.
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes. A intuição, porque as informações vão sendo descobertas por acerto e erro, por conexões "escondidas". As conexões não são lineares, vão "lindando-se" por hipertextos, textos interconectados, mas ocultos, com inúmeras possibilidades diferentes de navegação. Desenvolve a flexibilidade, porque a maior parte das sequências é imprevisíveis, abertas. A mesma pessoa costuma ter dificuldades em refazer a mesma navegação duas vezes. Ajuda na adaptação a ritmos diferentes: a Internet permite a pesquisa individual, em que cada aluno vai ao seu próprio ritmo e a pesquisa em grupo, em que se desenvolve a aprendizagem colaborativa.
Na Internet também desenvolvemos formas novas de comunicação, principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, conectada, multilinguística, aproximando texto e imagem. Agora começamos a incorporar sons e imagens em movimento. A possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais na Internet gera uma grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores e alunos. Todos se esforçam por escrever bem, por comunicar melhor as suas ideias, para serem bem aceitos, para "não fazer feio". Alguns dos endereços mais interessantes ou visitados da Internet no Brasil são feitos por adolescentes ou jovens.
Outro resultado comum à maior parte dos projetos na Internet confirma a riqueza de interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes com outros colegas, tanto por parte de professores como dos alunos. Os contatos virtuais se transformam, quando é possível, em presenciais. A comunicação afetiva, a criação de amigos em diferentes países se transforma em um grande resultado individual e coletivo dos projetos.

Alguns problemas no uso da Internet na educação

Há certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento se cria, se constrói.
Alguns alunos não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender. Estão acostumados a receber tudo pronto do professor, e esperam que ele continue "dando aula", como sinônimo de ele falar e os alunos escutarem. Alguns professores também criticam essa nova forma, porque parece uma forma de não dar aula, de ficar "brincando" de aula...
Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal. É fácil perder tempo com informações pouco significativas, ficando na periferia dos assuntos, sem aprofundá-los, sem integrá-los num paradigma consistente. Conhecer se dá ao filtrar, selecionar, comparar, avaliar, sintetizar, contextualizar o que é mais relevante significativo.
Constato também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro. Essa impaciência os leva a aprofundar pouco as possibilidades que há em cada página encontrada. Os alunos, principalmente os mais jovens, "passeiam" pelas páginas da Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto deixam por afobação outras tantas, tão ou mais importantes, de lado.

Conclusão

Podemos ensinar e aprender com programas que incluam o melhor da educação presencial com as novas formas de comunicação virtual. Há momentos em que vale a pena encontrar-nos fisicamente, - no começo e no final de um assunto ou de um curso. Há outros em que aprendemos mais estando cada um no seu espaço habitual, mas conectados com os demais colegas e professores, para intercâmbio constante, tornando real o conceito de educação permanente. Ensino a distância não é só um "fast-food" aonde o aluno vai lá e se serve de algo pronto. Ensino a distância é ajudar os participantes a que equilibrem as necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos presenciais e virtuais onde avançamos rapidamente, trocamos experiências, dúvidas e resultados.
Tanto nos cursos convencionais como nos a distância teremos que aprender a lidar com a informação e o conhecimento de formas novas, pesquisando muito e comunicando-nos constantemente. Isso nos fará avançar mais rapidamente na compreensão integral dos assuntos específicos, integrando-os num contexto pessoal, emocional e intelectual mais rico e transformador. Assim poderemos aprender a mudar nossas ideias, sentimentos e valores onde se fizer necessário.
É importante sermos professores-educadores com um amadurecimento intelectual, emocional e comunicacional que facilite todo o processo de organização da aprendizagem. Pessoas abertas, sensíveis, humanas, que valorizem mais a busca que o resultado pronto, o estímulo que a repreensão, o apoio que a crítica, capazes de estabelecer formas democráticas de pesquisa e de comunicação.
Necessitamos de muitas pessoas livres nas empresas e escolas que modifiquem as estruturas arcaicas, autoritárias do ensino escolar e gerencial -. Só pessoas livres, autônomas - ou em processo de libertação - podem educar para a liberdade, podem educar para a autonomia, podem transformar a sociedade. Só pessoas livres merecem o diploma de educador.
Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco, com os outros, com a vida. Se formos pessoa aberta às utilizará para comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se formos pessoas fechadas, desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se formos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias, mas nas nossas mentes.
Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário conseguirá dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender.

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___________________. Como utilizar a Internet na Educação. Revista Ciência da Informação, vol 26, n.2, maio-agosto, 1997; páginas 146-153.
___________________. Leituras dos Meios de Comunicação. São Paulo, Ed. Pancast, 1993.
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NOVOA, Antônio (org.). Vidas de Professores. Porto, Porto Editora, 1992.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994.
POSTMANN, Neil. Tecnopolio. São Paulo, Nobel, 1994.
SEABRA, Carlos. Usos da telemática na educação. In Acesso; Revista de Educação e Informática. São Paulo, v.5, n.10, p.4-11, julho, 1995.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CLASSIIFICAÇÃO DOS SOLOS

A importância da classificação dos solos
A diversidade e a enorme diferença de comportamento apresentada pelos diversos solos perante as solicitações de interesse da engenharia levaram ao seu natural agrupamento em conjuntos distintos, aos quais podem ser atribuídas algumas propriedades. Desta tendência racional de organização da experiência acumulada, surgiram os sistemas de classificação dos solos. Os objetivos da classificação dos solos, sob o ponto de vista de engenharia, é o de poder estimar o provável comportamento do solo ou, pelo menos, o de orientar o programa de investigação necessário para permitir a adequada análise de um problema.
É muito discutida a validade dos sistemas de classificação. De um lado, qualquer sistema cria grupos definidos por limites numéricos descontínuos, enquanto solos naturais apresentam características progressivamente variáveis. Pode ocorrer que solos com índices próximos aos limites se classifiquem em grupos distintos, embora possam ter comportamentos mais semelhantes do que de um mesmo grupo de classificação. A esta objeção, pode-se acrescentar que a classificação de um solo, baseada em parâmetros físicos por ele apresentados, jamais poderá ser uma informação mais completa do que os próprios parâmetros que o levam a ser classificados. Entretanto, a classificação é necessária para a transmissão de conhecimento. Mesmo aqueles que criticam os sistemas de classificação não têm outra maneira sucinta de relatar sua experiência, senão afirmado que, tendo aplicado um tipo de solução, obteve certo resultado, num determinado tipo de solo. Quando um tipo de solo é citado, é necessário que a designação seja entendida por todos, ou seja, é necessário que exista um sistema de classificação. Conforme apontado por Terzaghi, “um sistema de classificação sem índices numéricos para identificar os grupos é totalmente inútil”. Se, por exemplo, a expressão areia bem graduada compacta for empregada para descrever um solo, é importante que o significado de cada termo desta expressão possa ser entendido da mesma maneira por todos e, se possível, ter limites bem definidos.
Outra crítica aos sistemas de classificação advém do perigo de que técnicos menos experientes supervalorizem a informação, indo a adotar parâmetros inadequados para os solos. Este perigo realmente existe e é preciso sempre enfatizar que os sistemas de classificação constituem-se num primeiro passa para a previsão do comportamento dos solos. São tantas as peculiaridades dos diversos solos que um sistema de classificação que permitisse um nível de conhecimento adequado para qualquer projeto teria de levar em conta uma grande quantidade de índices, deixando totalmente de ser aplicação prática. Entretanto, eles ajudam a organizar as ideias e a orientar os estudos e o planejamento das investigações para obtenção dos parâmetros mais importantes para cada projeto.

Existem diversas formas de classificar os solos, como pela sua origem, pela sua evolução, pela presença ou não de matéria orgânica, pela estrutura, pelo preenchimento dos vazios. Os sistemas baseados no tipo e no comportamento das partículas que constituem os solos são os mais conhecidos na engenharia de solos.
Os sistemas de classificação que se baseiam nas características dos grãos que constituem os solos têm como objetivo a definição de grupos que apresentam comportamentos semelhantes sob os aspectos de interesse da engenharia civil. Nestes sistemas, os índices empregados são geralmente a composição granulométrica e os índices de Attemberg. Estudaremos os dois sistemas mais empregados universalmente, para depois discutir suas vantagens e suas limitações.
Classificação Unificada
Este sistema de classificação foi elaborado originalmente pelo Prof. Casagrande para obras de aeroportos, tendo seu emprego sido generalizado. Atualmente, é utilizado principalmente pelos geotécnicos que trabalham em barragens de terra.
Neste sistema, todos os solos são identificados pelo conjunto de duas letras. As cinco letras superiores indicam o tipo principal do solo e as quatro seguintes correspondem a dados complementares dos solos. Assim, SW corresponde a areia bem graduada e CH a argila de alta compressibilidade.

SOLOS GRANULARES

Sendo de granulação grosseira, o solo será classificado como pedregulho ou areia, dependendo de qual destas duas frações granulométricas predominarem. Por exemplo, se o solo tem 30% de pedregulho, 40% de areia e 30% de finos, ele será classificado como areia – S. Identificado que um solo é areia ou pedregulho, importa conhecer sua característica secundária. Se o material tiver poucos finos, menos de que 5% passando na peneira nº 200 deve-se verificar como é a sua composição granulométrica. Os solos granulares podem ser “bem graduados” ou “mal graduados”. Nos solos mal graduados há predominância de partículas com certo diâmetro, enquanto que nos solos bem graduados existem grãos ao longo de uma faixa de diâmetros bem mais extensa.

A expressão “bem graduada” expressa o fato de que a existência de grãos com diversos diâmetros confere ao solo, em geral, melhor comportamento sob o ponto de vista de engenharia. As partículas menores ocupam os vazios correspondentes às maiores, criando um entrosamento, do qual resulta menor compressibilidade e maior resistência. Esta característica dos solos granulares é expressa pelo “coeficiente de não uniformidade”.

Onde “D60” é o diâmetro abaixo do qual se situam 60% em peso das partículas e, analogamente, “D10” é o diâmetro que, na curva granulométrica, corresponde porcentagem que passa igual a 10%. O “D10” é também referido como “diâmetro efetivo do solo” denominação que se origina da boa correlação entre ele e a permeabilidade dos solos, verificada experimentalmente. Quanto maior o coeficiente de não uniformidade, mais bem graduada é a areia. Areias com CNU menor do que 2 são chamadas de areias uniformes.
Outro coeficiente, não tão empregado quanto o CNU, é o coeficiente de curvatura.
Se o coeficiente de não uniformidade indica a amplitude dos tamanhos de grãos, o coeficiente de curvatura detecta melhor o formato da curva granulométrica e permite identificar eventuais descontinuidades ou concentração muito elevada de grãos mais grossos no conjunto. Considera-se que o material é bem graduado quando o CC está entre 1 e 3. Na Figura 9.2 estão representadas curvas de três areias com CNU = 6 e com diferentes CC. Quando CC é menor que 1, a curva tende a ser descontínua; há falta de grãos com certo diâmetro. Quando CC é maior que 3, a curva tende a ser muito uniforme na sua parte central. Ao contrário das duas outras, quando o CC está entre 1 e 3, a curva granulométrica se desenvolve suavemente. É rara a ocorrência de areias com CC fora do intervalo entre 1 e 3, razão pela qual este coeficiente é muitas vezes ignorado, mas é justamente para destacar os comportamentos peculiares acima apontados que ele é útil.

O Sistema Unificado considera que um pedregulho é bem graduado quando seu coeficiente de não uniformidade é superior a 4, e que uma areia é bem graduada quando seu CNU é superior a 6. Além disto, é necessário que o coeficiente de curvatura, CC, esteja entre 1 e 3. Quando o solo de granulação grosseira tem mais do que 12% de finos, a uniformidade da granulometria já não aparece como característica secundária, pois importa mais saber das propriedades destes finos. Então, os pedregulhos ou areias serão identificados secundariamente como argilosos (CG ou SG) ou siltosos (GM ou SM). O que determinará esta classificação será o posicionamento do ponto representativo dos índices de consistência na Carta de Plasticidade, conforme se verá adiante. Quando o solo de graduação grosseira tem de 5 a 12% de finos, o Sistema recomenda que se apresentem as duas características secundárias, uniformidade de granulometria e propriedades dos finos. Assim, ter-se-ão classificações intermediárias, como, por exemplo, SP-SC, areia mal graduada, argilosa.

domingo, 13 de novembro de 2011

SOLOS DE GRANULAÇÃO FINA (siltes e argilas)

Quando a fração fina do solo é predominante, ele será classificado como silte (M), argila (C) ou solo orgânico (O), não em função da porcentagem das frações granulométricas silte ou argila, pois como foi visto anteriormente, o que determina o comportamento argiloso do solo não é só o teor de argila, mas também a sua atividade. São os índices de consistência que melhor indicam o comportamento argiloso.

Analisando os índices e o comportamento dos solos, Casagrande notou que colocando o IP do solo em função do LL num gráfico, como apresentado na Figura 9.3, os solos de comportamento argiloso se faziam representar por um ponto acima de uma reta inclinada, denominada Linha A, solos orgânicos, ainda que argilosos, e solos siltosos são representados por pontos localizados abaixo da Linha A; que no seu trecho inicial, é substituía por uma faixa horizontal correspondente a IP de 4 a 7.

Para a classificação destes solos, basta a localização do ponto correspondente ao par de valores IP e LL na Carta de Plasticidade. Os solos orgânicos se distinguem dos siltes pelo seu aspecto visual, pois se apresentam com uma coloração escura típica (marrom escura, cinza escuro ou preto).

Como característica complementar dos solos finos, é indicada sua compressibilidade. Como já visto, constatou-se que os solos costumam ser tanto mais compressíveis quanto maior seu Limite de Liquidez. Assim, o Sistema adjetiva secundariamente como de alta compressibilidade (H) ou de baixa compressibilidade (L) os solos M, C ou O, em função do LL ser superior ou inferior a 50, respectivamente, como se mostra na Carta. Quando se trata de obter a característica secundária de areia e pedregulhos, este aspecto é desconsiderado.

Quando os índices indicam uma posição muito próxima às linhas A ou B (ou sobre a faixa de IP 4 e 7), é considerado um caso intermediário e as duas classificações são apresentadas. Exemplos: SC-SM, CL-CH, etc.

Embora a simbologia adotada só considere duas letras, correspondentes às características principal e secundária do solo, a descrição deverá ser a mais completa possível. Por exemplo, um solo SW pode ser descrito como areia (predominantemente) grossa e média, bem graduada, com grãos angulares, cinza.

O Sistema considera ainda a classificação de turfa (Pt), que são os solos muito orgânicos onde a presença de fibras vegetais em decomposição parcial é preponderante.

SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO

Este Sistema, muito empregado na engenharia rodoviária em todo o mundo, foi originalmente proposto nos Estados Unidos. E também baseado na granulometria e nos limites de Atterberg.

Neste Sistema, também se inicia a classificação pela constatação da porcentagem de material que passa na peneira nº 200, só que são considerados solos de graduação grosseira os que têm menos de 35% passando nesta peneira, e não 50% como na Classificação Unificada.

Estes são os solos dos grupos A-1, A-2 e A-3. os solos com mais de 35% passando na peneira nº200 formam os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7.

Os solos grossos são subdivididos em:

A-1a – Solos grossos, com menos de 50% passando na peneira nº 10 (2,0 mm), menos de 30% passando na peneira nº 40 (0,42 mm) e menos de 15% passando na peneira nº 200.
O IP dos finos deve ser menor do que 6. Correspondem, aproximadamente, aos pedregulhos bem graduados, GW, do Sistema Unificado.

A-1b – Solos grossos, com menos de 50% passando pela peneira nº 40 e menos de 25% na peneira nº200, também com IP menor que 6. Corresponde à areia bem graduada, SW.

A –3 – Areias finas, com mais de 50% passando na peneira nº 40 e menos de 10% passando na peneira nº 200. São, portanto, areias finas mal graduadas, com IP nulo. Correspondem às SP.

A-2 – São areias em que os finos presentes constituem a característica secundária. São subdivididos em A-2-4, A-2-5, A-2-6 e A-2-7, em função dos índices de consistência.

Os solos finos, a exemplo do Sistema Unificado, são subdivididos só em função dos índices. O que distingue um solo A-4 de um solo A-2-4 é só a porcentagem de finos.

Acompanhando-se a sistemática de classificação pelos dois sistemas expostos, verifica-se que eles são bastante semelhantes, já que consideram a predominância dos grãos graúdos ou miúdos, dão ênfase à curva granulométrica só no caso de solos
graúdos com poucos finos e classificam os solos graúdos com razoável quantidade de finos, e os próprios solos finos com base exclusivamente nos índices de Attemberg.
O exercício de acompanhar as sistemáticas de classificação é útil na medida em que familiariza o estudante com os aspectos mais importantes na identificação dos solos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

UMIDADE DO SOLO

A água é a substância mais reciclável da natureza. Ela faz parte essencial de todas as formas de vida dos reinos vegetal e animal e encontra-se por toda parte na crosta terrestre e na atmosfera.

O solo é um sistema complexo, constituído de sólidos, líquidos e gases. As partículas sólidas formam um arranjo poroso tal que os espaços vazios, denominados poros, têm capacidade de armazenar líquidos e gases.

A parte líquida do solo constitui-se essencialmente de água, contendo minerais dissolvidos e materiais orgânicos solúveis. Ela ocupa parte (ou quase o todo) do espaço vazio entre as partículas sólidas, dependendo da umidade do solo. Esta água é absorvida pelas raízes das plantas ou é drenada para camadas de solo mais profundas e, por isso, precisa ser periodicamente reposta pela chuva ou pela irrigação. Daí a importância agrícola do conhecimento deste reservatório de água para as plantas e dos princípios que governam seu funcionamento.

1. Água gravitacional (obsoleto)

É tida como a água que se move por gravidade, através do solo ou para fora dele. Como a gravidade sempre está presente, ela atua sobre toda a água do solo. Hoje, sabe-se que, quanto mais úmido um solo, mais seu movimento é devido ao potencial gravitacional. Sua quantificação, contudo, não pode ser realizada.

2. Umidade Higroscópica ou Água Higroscópica do Solo

É a máxima quantidade de água, em percentagem, que o solo é capaz de adsorver da atmosfera, em forma de vapor, e manter em equilíbrio com o ambiente. É a água perdida por uma amostra de solo seca ao ar (TFSA), quando aquecida a 105-110oC, por 24 horas, em uma estufa (TFSE). É utilizada apenas para obter um fator de correção (Fc = TFSA/TFSE) para corrigir os dados analíticos, de forma a torná-los comparáveis. Utiliza-se essa correção quando o fator obtido no método for muito grande, ou conforme a precisão da análise.

3. Umidade Atual

É a umidade que a amostra ou o solo retém no momento da coleta (o ponto de referência é a secagem em estufa). É importante para se determinar a necessidade de irrigação, isto é, o planejamento conforme as necessidades de cada área.

MEDIDA DA UMIDADE ATUAL DO SOLO

A umidade a base de peso u é a mais fácil de ser medida, pois ela envolve apenas medidas de peso, e a estrutura do solo pode ser destruída. Por isso, qualquer instrumento pode ser utilizado para retirar a amostra de solo, que deve ter, no mínimo, uma massa entre 10 a 100 g de solo. Uma vez coletada a amostra, deve-se ter o cuidado de não permitir perdas de água por evaporação, utilizando-se de latinhas de alumínio, com tampa justa, que podem ser seladas com fita adesiva ou, ainda, sacos plásticos são, também, convenientes.

No laboratório toma-se a massa de solo úmido (mu) pesa-se, e, em seguida, coloca-se em estufa a 105-110oC até peso constante. Depois, toma-se a massa de solo seco (ms,) e com a equação abaixo, se calcula a umidade atual à base de peso (Up).

U (%) = [(mu – ms) x 100]/ms

A umidade atual à base de volume θ, também é necessário medir mu e ms, mas além disso, é preciso medir o volume da amostra V. O método mais comum é o do anel volumétrico, porém existe vários outros métodos. Para os cálculos utiliza-se a equação abaixo, considerando-se a densidade da água igual a 1 g/cm3 (nesse caso, a massa de água é igual ao volume de água).

θ (%) = [(mu – ms) x 100]/V

Prática:

1. Pesar a amostra obtida com anel de Kopeck (para umidade a base de volume ou θ); ou
2. Pesar a amostra obtida com trado ou pá-de-corte (para umidade a base de peso ou u);
3. Levar para secar em estufa a 105 – 110oC até peso constante;
4. Pesar as amostras e efetuar os cálculos.

BIBLIOGRAFIA:

EMBRAPA SOLOS Manual de métodos de análise de solo 2.a ed. Rio de Janeiro, Centro Nacional de Pesquisa de solos, 1997. 212p.
KIEHL, E.J. Manual de edafologia, relações solo – planta. São Paulo, Ceres, 1979. 264p.
REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo, Manole, 1990. 188p.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CLASSIFICAÇÕES REGIONAIS

No Brasil, o Sistema Rodoviário é bastante empregado pelos engenheiros rodoviários, e o Sistema Unificado é sempre preferido pelos engenheiros barrageiros. Já os engenheiros de fundações não empregam diretamente nenhum destes sistemas.
De modo geral, eles seguem uma maneira informal de classificação dos solos, bem regional, que pode ter tido origem nestes sistemas. A pouca utilização dos sistemas de classificação decorre do fato deles nem sempre confirmarem a experiência local. Por exemplo, a “argila porosa vermelha”, que é um solo característico da Cidade de São Paulo, ocorrendo no espigão da Avenida Paulista, seria classificada pelo Sistema Unificado como “silte de alta compressibilidade”, pois seus índices de consistência indicam um ponto abaixo da Linha A. Entretanto, este solo apresenta comportamento típico de argila, tanto que espontaneamente recebeu a denominação que o caracteriza. As discrepâncias entre as classificações clássicas e o comportamento observado de alguns solos nacionais se devem, certamente, ao fato destes serem freqüentemente solos residuais ou solos lateríticos, para os quais os índices de consistência não podem ser interpretados da mesma maneira como o são para os solos transportados, de ocorrência nos países de clima temperado, onde os sistemas vistos foram elaborados. Uma proposta de sistema de classificação dos solos tropicais vem sendo desenvolvida pelo Prof. Nogami, da Escola Politécnica da USP. Neste Sistema, os solos são classificados primariamente em areias, siltes e argilas, e secundariamente em lateríticos e saprolíticos. Nesta classificação, não são empregados os índices de consistência, mas parâmetros obtidos em ensaios de compactação com energias diferentes. O sistema é voltado para a prática rodoviária e se baseia em solos do Estado de São Paulo. Outra maneira de controlar a dificuldade tem sido o das classificações regionais, ainda que informais. Na Cidade de São Paulo, por exemplo, são reconhecidos diversos tipos de solos cujas características vão sendo progressivamente pesquisas e incorporadas ao conhecimento técnico. Além da “argila porosa vermelha” já referida, são reconhecidos a “argila vermelha rija”, que lhe ocorre abaixo; os “solos variegados”, que ocorrem numa grande parte da cidade e que se caracterizam pela grande diversidade de cores com as quais se apresentam; as “argilas cinzas duras”, que ocorrem abaixo da cota do nível d’água do rio Tietê; as “areias basais”, depósitos de areias bastante puras que ocorrem no centro da cidade em grandes profundidades; e as “argilas orgânicas quaternárias”, nas várzeas dos rios Tietê e Pinheiros, inclusive na Cidade Universitária.

NOTA

Esta apostila é uma compilação do livro do Professor Carlos de Souza Pinto, da Escola Politécnica da USP, adaptada ao escopo da disciplina de Mecânica de Solos do Módulo Geral 1 do Curso de Edificações do CEFET-RS. Foram introduzidas ainda algumas citações pertinentes do livro de autoria de Homero Pinto Caputo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos, em 16 Aulas. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 247 p.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1988. 234 p.

sábado, 29 de outubro de 2011

SOLOS

Os solos são muito importantes para a nossa vida e também a dos animais e das plantas, pois fornece alimento e atua como suporte à água e ao ar.

Assim, vamos aprender sobre os Solos!

1. O que é o solo?

O solo, também chamado terra, tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, assim como o ar, a água, o fogo e o vento. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes, construímos as nossas casas.

2.Como o solo é formado?

O solo é formado a partir da rocha (material duro que também conhecemos como pedra), através da participação dos elementos do clima (chuva, gelo, vento e temperatura), que com o tempo, e a ajuda dos organismos vivos (fungos, líquens e outros) vão transformando as rochas, diminuindo o seu tamanho, até transformá-la em um material mais ou menos solto e macio, também chamado de parte mineral.

3. Como os seres vivos ajudam na formação dos solos?

Logo que a rocha é alterada e é formado o material mais ou menos solto e macio, os seres vivos animais e vegetais, como insetos, minhocas, plantas e muitos outros, assim como o próprio homem, passam a ajudar no desenvolvimento do solo.
Eles atuam misturando a matéria orgânica (restos de vegetais e de animais mortos) com o material solto e macio em que se transformou a rocha. Esta mistura faz com que o material que veio do desgaste das rochas forneça alimentos a todas as plantas que vivem no nosso planeta.
Além disso os seres vivos quando morrem também vão sendo misturados com o material macio e solto, formando o verdadeiro solo.
Deste modo o solo é representado pela seguinte expressão:

IMPORTANTE:

É preciso que a matéria orgânica seja misturada com o material solto e macio para que o solo possa existir de verdade.

4.Qual a composição do solo?

O solo ou terra como também é chamado, é composto de quatro partes, a saber:
ar;
água;
matéria orgânica (restos de pequenos animais e plantas); e
parte mineral que veio da alteração das rochas, ou seja a areia da praia, o barro que gruda no sapato e o limo que faz as crianças escorregarem.
Estes quatro componentes do solo se encontram misturados uns aos outros. A matéria orgânica está misturada com a parte mineral e com a água.

5. E o ar do solo onde ele está?

Dentro do solo existem pequenos buraquinhos, que chamamos de poros do solo, onde fica guardada a água e o ar que as raízes das plantas e os outros organismos necessitam para beber e respirar.

O SOLO FUNCIONA COMO UMA ESPONJA QUE USAMOS PARA TOMAR BANHO: TEM ÁGUA E AR DENTRO DELE.

6. Como o solo é estudado?

O solo é estudado nas pesquisas dividindo a parte mineral em três frações principais, de acordo com o seu tamanho, a saber :
Areia - a parte mais grosseira;
Silte - uma parte um pouco mais fina, ou seja o limo que faz escorregar; e
Argila - uma parte muito pequena que para ser visualizada necessita de microscópios muito possantes, ou seja a mesma que gruda no sapato.

7. Como o solo é organizado?

Assim como o nosso corpo, o solo também tem uma organização. Para podermos entender esta organização, primeiro vamos imaginar um bolo de aniversário que tem várias camadas, uma em cima da outra, como: uma camada de chocolate, uma de morango e uma de baunilha. O solo também tem as suas camadas que são chamadas de horizontes do solo.
Em cada uma destas fotos, podemos ver as diferentes camadas do solo, sendo cada uma de uma cor diferente. Estas camadas são os horizontes do solo, assim como as camadas do bolo de aniversário.

Clique aqui e você poderá ver uma figura contendo três fotografias de tipos de solos com seus respectivos horizontes.

Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, como nas fotos ou não. Quase sempre o primeiro horizonte é mais escuro que os outros. Isso porque é nele onde normalmente plantamos os nossos vegetais.

Os vegetais (frutas, verduras, legumes e árvores) e os pequenos animais quando morrem vão se misturando com este primeiro horizonte dando a ele uma cor escura.

IMPORTANTE:

A cor escura do primeiro horizonte vem da matéria orgânica do solo, que como já vimos, é formada por animais e plantas que morrem e caem sobre ele e, que aos poucos vão sendo misturados com a parte mineral.

8. Como os solos se apresentam na natureza?

Ao viajar de carro observa-se grandes diferenças no tipo de vegetação e plantações. Estas diferenças são em grande parte decorrente dos diversos tipos de solos que ocorrem na natureza.
Essas diversidades de solos refletem as variações que ocorre na natureza dos fatores de formação, descrito na expressão de solo anterior.

Assim, estes solos se apresentam na natureza com diferentes cores, como por exemplo: amarelo, vermelho, marrom, preto, cinza, azulado, esverdeado e branca. Lembram da areia da praia? Ela é branca, não é!

Além de possuir cor diferente, um determinado horizonte pode ser mais duro que outro, filtrar a água mais rápido e/ou deixar que as raízes cresçam mais ou menos depressa, etc.


JÁ IMAGINARAM O NOSSO PLANETA SEM O SOLO?

Você gostou deste texto?

Caso você queira conhecer mais sobre solos, peça a sua professora que combine com a Embrapa Solos, e venha nos conhecer junto com os seus colegas de escola. Nós somos a unidade da Embrapa responsável por pesquisar os solos do Brasil, e estamos localizados ao lado do Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro.

Elaboração:
Tony Jarbas
Celso Manzatto
Julia Strauch
Edla Lima

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

A Engenharia Elétrica é uma área fundamental da engenharia. Sem energia elétrica, não há desenvolvimento em indústrias e o comércio para, o apagão é um exemplo disso. Mas é uma via de mão dupla, pois o setor energético precisa desses segmentos para continuar a crescer. Com tamanha responsabilidade, o profissional dessa área deve ser extremamente competente. O engenheiro elétrico atua na expansão do sistema elétrico nacional, planeja, executa e supervisiona projetos em eletrotécnica, através de potência e energia, constitui e aplica sistemas de automação e controle dentro de produções industriais e trabalha com eletrônica em circuitos integrados, telecomunicação, computação, microeletrônica e celulares.
Esse é um mercado que está em crescimento, áreas como transmissão e distribuição de energia possuem fortes investimentos no Brasil. Companhias energéticas e empreiteiras costumam contratar recém-formados. Campos como os de energia solar e de energia eólica são motivos de estudos entre os engenheiros elétricos brasileiros. Áreas de telecomunicações e tecnologia da informação (TI) são apostas no setor por conta da TV digital e do uso de redes elétricas para transmissão de dados. Por isso, o estudante de engenharia elétrica precisa ser experiente em cálculos. Matemática, informática, física, economia e administração são disciplinas fundamentais nesse curso. O aluno passa por experimentos em laboratórios através das aulas práticas, que fazem parte da rotina do estudante desde o primeiro ano de curso. A profissionalização começa a partir do terceiro ano, com aulas de sistemas digitais e eletromagnetismo, materiais elétricos e projetos de sistemas elétricos. No total, são cinco anos de aprendizado, em média. O estágio é obrigatório a partir do quarto ano

domingo, 2 de outubro de 2011

REDE DE DISTRIBUIÇÃO

ENVIANDO A ELETRICIDADE PARA CADA PONTO!

O CIRCUITO

O circuito elétrico pode ser definido como o percurso completo por onde a eletricidade passa através de condutores e componentes, até chegar no terminal oposto da mesma fonte.
Um circuito elétrico é constituido basicamente por uma ou mais fontes de energia elétrica, fios condutores e algum elemento de circuito.
Um circuito monofásico é um circuito que é constituído apenas de uma fase elétrica e um neutro, devendo também possuir um condutor de eqüipotencialização chamado de “terra”.

CURTO-CIRCUIDO

Curto-circuito é a passagem de corrente elétrica acima do normal em um circuito devido à redução abrupta da impedância do mesmo. Normalmente o curto-circuito provoca danos tanto no circuito elétrico em que ocorre como no elemento que causou a redução de impedância.

Um exemplo de curto-circuito, que acidentalmente é comum em residências, ocorre quando se coloca as extremidades de um fio metálico nos orifícios de uma tomada.

Geralmente os curto-circuitos provocam reações violentas devido à dissipação instantânea de energia, tais como: explosões, calor e faíscas. É uma das principais causas de incêndios em instalações elétricas mal conservadas ou com erros de dimensionamento.

COMO DIMENSIONAR UM CIRCUITO ELÉTRICO?

Para o dimensionamento correto de um circuito elétrico temos que considerar primeiramente todos os equipamentos e componentes que estarão ligados (lâmpadas, geladeiras, aquecedores, torneiras elétricas e outros).
A partir daí, é preciso calcular a corrente elétrica que circulará pelo circuito e escolher a seção adequada dos condutores, ou seja, seu “tamanho”.
Quando uma corrente elétrica passa por um condutor, ele se aquece naturalmente e a temperatura máxima que ele pode suportar não pode ser ultrapassada, sob o risco de ocorrerem danos graves na isolação. Se uma corrente é demasiada, deve ser escolhido um condutor maior.

Para garantir que a corrente não seja maior do que a permitida nos condutores, devem ser instalados disjuntores nos quadros de luz, que funcionam como “guarda-costas” dos cabos, desligando automaticamente o circuito em caso de algum problema, seja de sobre-carga ou de curto-circuito.
Esse dispositivo deve ser escolhido cuidadosamente para ser coerente com o tipo de condutor.
Os critérios de dimensionamento de um circuito elétrico estão definidos nas Normas em vigor aplicável e o projeto deve ser realizado somente por profissionais
qualificados e habilitados.

REDE DE DISTRIBUIÇÃO – CUIDADOS!

O risco de choque elétrico em quadro de distribuição elétrica pode ser evitado !
O quadro de distribuição é o coração da instalação elétrica. Por ele passará toda a energia a ser distribuída pela instalação. Portanto, se o quadro de distribuição não tiver determinadas proteções, o usuário ao manuseá-lo correrá o risco de tomar um choque elétrico.

SOLUÇÃO:

Adquirir e instalar um quadro de distribuição que possua:

Porta externa e uma ” barreira ” interna de modo a impedir que o usuário venha a tocar alguma parte energizada, evitando o choque elétrico.
” Aterramento ” das partes metálicas do invólucro (caixa, placa de montagem, estruturas,…), através do condutor de proteção (aterramento) da instalação elétrica.

IMPORTANTE:

Ao final da execução dos serviços de instalações elétricas, sugerimos que você, ou um profissional habilitado (eletricista) deverá colocar no interior do quadro (ex: colar no lado interno da porta) a Relação de Circuitos, identificando o dispositivo de proteção (ex: disjuntor) e o local e pontos (iluminação, tomadas,…) que são abrangidos por aquele dispositivo e circuito.

RECOMENDAÇÕES GERAIS

* Toda a rede de distribuição de energia elétrica deve ser obrigatoriamente executada utilizando-se eletrodutos, calhas ou perfilados contínuos sem perfuração e com ferramenta apropriada.
* Os eletrodutos não podem ser embutidos em pilares, vigas, nem atravessar elementos vazados.
* Na instalação dos eletrodutos deve ser utilizado o critério abaixo, prevalecendo a especificação indicada no projeto executivo de elétrica:

a) para instalações embutidas em lajes, pisos e paredes: eletrodutos de PVC rígido;
b) para instalações enterradas: eletrodutos de PVC rígido envelopados em concreto;
c) para instalações aparentes: eletrodutos de aço galvanizado ou perfilado galvanizado.

* Nas instalações enterradas, o eventual cruzamento com instalações de gás, água, ar comprimido ou vapor deve-se dar a uma distância mínima de 0,20m.
* No caso de proximidade da tubulação elétrica com a tubulação de gás combustível, devem ser observadas as seguintes recomendações:

a) se a tubulação for de “gás de rua” (menor densidade que o ar), a tubulação elétrica deve ser abaixo dela;
b) se a tubulação for de “gás engarrafado” (maior densidade que o ar), a tubulação elétrica deve estar acima dela.

* Nas instalações dos fios e cabos alimentadores, devem ser evitadas emendas. Quando forem necessárias, somente podem ser executadas nas caixas de passagem e com conectores apropriados.
* As caixas de passagem no piso devem ser de alvenaria, revestidas internamente, com tampa de concreto removível e com dreno de brita.
* Em obras localizadas no litoral, as caixas de passagem nas paredes devem ser preferencialmente em PVC, ou pintadas com tinta antiferruginosa para melhor conservação.
* Todos os circuitos alimentadores devem ser identificados nas caixas de passagem.
* Após a execução, toda a rede de distribuição deve ser testada e ensaiada, para evitar riscos de choques elétricos, curto-circuitos, etc.

A REDE DE DISTRIBUIÇÃO

A rede de distribuição é constituida de eletrodutos, fios, cabos e caixas de passagem, destinados a conduzir a energia elétrica da entrada (poste) ao quadro geral de distribuição e depois ás tomadas, interruptores e bocais de luz.
A caixa de luz, onde vão ficar os fusíveis ou disjuntores, deve ficar em local de fácil acesso.
As caixas de passagem e os conduítes (eletrodutos) podem ser embutidos nas paredes ou ficar aparentes, fixados com presilhas (braçadeiras).
As tomadas devem ficar, no mínimo, 30 cm acima do piso acabado e os interruptores, a 1,20 m.
Para o chuveiro, utilize um circuito próprio, com fio terra, para evitar choques.

TRANSFORMADOR

Transformador (uso em iluminação)

Equipamento auxiliar, cuja função é “transformar” a tensão de rede (tensão primária) para outro valor de tensão (tensão secundária).
Um único transformador poderá alimentar mais de uma lâmpada, desde que a soma das potências de todas as lâmpadas, a ele conectadas, não ultrapasse a potência máxima do mesmo.

Ex.: num transformador de 300 W podem ser ligados 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 lâmpadas de 50 W (6 x50 W=300W).

REATOR

Reator (uso em iluminação).

Equipamento auxiliar ligado entre a rede e as lâmpadas de descarga, cuja função é estabilizar a corrente através da mesma.

Obs.: cada tipo de lâmpada requer um reator específico.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

COMO FUNCIONAM OS DISJUNTORES

por Tom Harris - traduzido por HowStuffWorks Brasil

O DISJUNTOR

Básicos

O dispositivo de proteção de circuito mais simples que existe é o fusível. O fusível é apenas um fio fino, fechado em uma cápsula e que se conecta ao circuito. Quando o circuito é fechado, toda a corrente passa pelo fio do fusível, que recebe a mesma corrente que qualquer outro ponto do circuito. O fusível é planejado para romper quando aquecido acima de um certo nível; se a corrente subir muito, o fio queima. A destruição do fusível abre o circuito antes que o excesso de corrente possa danificar a fiação.
O problema com o fusível é que ele funciona apenas uma vez. Toda vez que um rompe, precisa ser substituído. Um disjuntor faz basicamente a mesma coisa: abre o circuito assim que a corrente atinge níveis perigosos. No entanto, pode ser reutilizado.

Um disjuntor básico consisIntrodução

O disjuntor é um componente essencial na atualidade e um importante mecanismo de segurança no interior de uma casa. Sempre que a fiação elétrica recebe corrente muito elevada o disjuntor corta a energia até que alguém possa resolver o problema. Sem os disjuntores (ou, como alternativa, os fusíveis), a eletricidade doméstica seria impraticável, devido ao perigo potencial de incêndios, danos resultantes de problemas na fiação elétrica ou falhas de equipamento.

Neste artigo, descobriremos como os disjuntores e fusíveis monitoram a corrente elétrica e como eles cortam a energia quando os níveis de corrente aumentam demais. Conforme veremos, o disjuntor é uma solução incrivelmente simples para um problema potencialmente letal.

ELETRICIDADE BÁSICA

Para compreender os disjuntores, seria bom entendermos como funciona a eletricidade em nossas casas.

Eletricidade é definida pela suas três principais propriedades:

•voltagem (tensão)
•corrente
•resistência

Voltagem é a "pressão" que movimenta a carga elétrica. Corrente é o "fluxo" da carga, a quantidade de carga que passa pelo condutor medida em qualquer ponto específico. Um condutor oferece uma certa quantidade de resistência a este fluxo, que varia dependendo do tamanho e composição do condutor.

Voltagem, corrente e resistência estão todas inter-relacionadas: você não pode mudar uma sem interferir na outra. Corrente é igual à voltagem dividida pela resistência - geralmente definida por I = v / r. Podemos entender isso de forma intuitiva: se você aumentar a pressão que atua na carga elétrica ou diminuir a resistência, mais carga fluirá. Se você diminuir a pressão ou aumentar a resistência, menos carga fluirá.

Para saber mais, veja Como funciona a eletricidade.

Então, como isso tudo está integrado na sua casa?

O sistema de fornecimento de energia transporta a eletricidade da usina geradora até a sua casa. Lá dentro, a carga elétrica circula em um grande circuito, composto por vários circuitos menores. Uma extremidade do circuito, o fio fase, conduz até a usina geradora. A outra extremidade, chamada de fio neutro, segue para dentro da terra. Em razão do fio fase conectar-se a uma fonte alta de energia e o fio neutro conectar-se a uma fonte de energia neutra (a terra), existe voltagem através do circuito. A carga move-se sempre que o circuito é fechado. Define-se esta corrente como corrente alternada, porque muda de direção rapidamente (veja Como funcionam as redes elétricas para maiores informações).

A rede de distribuição elétrica fornece eletricidade a uma voltagem constante (120 e 240 volts nos Estados Unidos), mas a resistência e, portanto, a corrente, variam dentro de uma casa. Todas as diferentes lâmpadas elétricas e eletrodomésticos oferecem uma certa quantidade de resistência, também denominada carga. Esta resistência é o que faz um aparelho funcionar. Uma lâmpada elétrica, por exemplo, contém um filamento interno que é muito resistente ao fluxo de carga. Ela tem que trabalhar duro para se mover, o que aquece o filamento e faz com que ele brilhe.

Em uma fiação, os fios fase e neutro nunca se tocam diretamente. A carga que passa pelo circuito sempre atravessa um aparelho, que age como um resistor. Desta forma, a resistência elétrica, em um eletrodoméstico, limita a quantidade de carga que pode fluir através do circuito - com voltagem e resistência constantes, a corrente também deve ser constante. Eletrodomésticos são projetados para manter a corrente a um nível relativamente baixo por questões de segurança. Demasiada carga, fluindo através de um circuito em um momento específico, aqueceria os fios do circuito e de toda a fiação a níveis perigosos, podendo causar um incêndio.

Isso mantém o circuito elétrico funcionando normalmente, na maior parte do tempo. Mas, ocasionalmente, algo poderá conectar um fio fase diretamente a um fio neutro ou a algo que o conduza à terra. Por exemplo: o motor de um ventilador poderia sobreaquecer e derreter, fundindo os fios neutro e fase; ou alguém poderia colocar um prego na parede e, acidentalmente atingir um condutor elétrico. Quando o fio fase conecta-se diretamente a terra, a resistência no circuito é mínima, então, a voltagem força uma enorme quantidade de carga pelos fios. Se esse processo continuar, os cabos sobreaquecerão e poderão iniciar um incêndio.

A função do disjuntor é interromper o circuito toda vez que ocorre sobrecarga ou curto-circuito. Nas seções seguintes, descobriremos como isso acontece.

te de um simples interruptor, conectado a uma lâmina bimetálica ou a um eletroimã . O diagrama abaixo mostra a configuração de um eletromagneto.

O fio fase no circuito conecta-se às duas extremidades do interruptor. Quando o interruptor é ligado, a eletricidade pode fluir do terminal inferior através de um eletromagneto, subindo até um contato móvel, depois, através de um contato fixo e saindo pelo terminal superior.

A eletricidade magnetiza o eletromagneto (veja Como funcionam os eletroimãs). O aumento da corrente ativa a força magnética do eletromagneto, e a diminuição da corrente a reduz. Quando a corrente salta a níveis de risco, o eletromagneto baixa uma alavanca metálica conectada ao mecanismo do interruptor; este desloca-se, separando o contato móvel do contato fixo e quebrando o circuito. A eletricidade, então, é desligada.

Uma configuração com lâmina bimetálica funciona com o mesmo princípio, exceto pelo fato de que, ao invés de energizar um eletromagneto, uma corrente alta entorta uma fina lâmina para mover o mecanismo. Alguns disjuntores usam uma carga explosiva para desligar o interruptor. Quando a corrente se eleva a um certo nível, ela detona o material explosivo, que aciona um pistão para abrir o interruptor.

AVANÇADOS

Disjuntores mais avançados usam componentes eletrônicos (dispositivos semicondutores) para monitorar os níveis de corrente, em vez de simples mecanismos elétricos. Esses elementos são muito mais precisos e desligam o circuito mais rapidamente, embora sejam bem mais caros. Por essa razão, a maioria das casas ainda usa disjuntores convencionais.

Um dos disjuntores mais recentes é o interruptor com circuito de falha de aterramento, ou GFCI. Esses sofisticados disjuntores são elaborados para proteger as pessoas contra choques elétricos, em vez de proteger a fiação do prédio. O GFCI monitora constantemente a corrente nos fios terra e neutro do circuito. Quando tudo está funcionando corretamente, a corrente nos dois lados deve ser exatamente a mesma. Assim que o fio fase conecta-se diretamente ao neutro (se alguém o tocar acidentalmente, por exemplo), o fio fase recebe um surto de corrente, o que não acontece com o fio neutro. O GFCI abre o circuito logo que isso acontece, prevenindo a eletrocução. Uma vez que não precisa aguardar que a corrente se eleve a níveis críticos, o GFCI reage de maneira mais rápida do que um disjuntor convencional.

Toda a fiação em uma casa passa através do painel central de disjuntores (ou caixa de fusíveis). Um painel central comum inclui cerca de uma dúzia de disjuntores ligados a vários circuitos dentro da casa. Um circuito poderia abranger todas as tomadas da sala de estar e um outro poderia reunir a iluminação em outro compartimento. Aparelhos maiores, como a central de ar condicionado ou o refrigerador, geralmente possuem seu próprio circuito.

Para maios informações a respeito de disjuntores e outros sistemas elétricos, confira os Videios no you tube no blogger

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS SEGURA

MATERIAIS E SERVIÇOS

A contratação de um projeto elétrico contribui também na economia do cliente, que terá uma previsão mais exata de quantidade e custos, evitando desperdícios. Alem disso, a instalação elétrica deve passar por uma avaliação criteriosa, feita por um profissional qualificado e habilitado, com base em normas técnicas NBR-5410, da ABNT. É ele que da os parâmetros e as condições mínimas de qualidade e desempenho que as instalações de baixa tensão devem apresentar, garantindo, assim, seu correto e seguro funcionamento.

Uma instalação elétrica é composta por centenas de componentes e produtos que devem ser escolhidos e exigidos certificação do fabricante. A instalação devera ser feita dentro das normas previstas na NBR-5410, isso vai dar segurança para os profissionais e usuários conseqüentemente protegendo o patrimônio.

A qualidade de uma instalação elétrica depende muito do serviço executado. No caso de uma reforma, é importante que o instalador execute de acordo com o projeto elétrico, e ainda que utilize acessórios e componentes certificados, adotando técnicas corretas e que atendam às normas existentes.

O uso de materiais de boa qualidade também é fundamental para garantir uma instalação elétrica segura e eficiente. Materiais como fios, cabos, disjuntores, chaves, eletrodutos, entre outros, são em sua maior parte avaliados e fiscalizados pelo Instituto de Metrologia – Inmetro.

CUIDADO COM ALGUNS MATERIAIS A DISPOSIÇÃO EM CERTOS FORNECEDORES

NÃO PAGUE PARA VER

Neste mês aconteceu um “problemão”. Na execução nas instalações de um cliente, devido a necessidade de ter uma extensão com capacidade para atender um equipamento, montamos uma com cabo PP 3 X 2,5 mm² com plug macho de 20 Amper e na outra extremidade uma tomada fêmea 25 Amper emborrachada, após a montagem ligamos na tomada existente e deixamos o lado da tomada emborrachada sobre um móvel sem ligar no equipamento e em dado momento o cliente pegou a tomada e levou um tremendo choque eu e meu pessoal não acreditando achando que tudo seria uma brincadeira peguei a tomada na mão, alem de sentir uma temperatura elevada (quente) também levei um choque. De imediato desligamos e desmontamos a tomada verificamos que as terminações que por nós julgadas seguras por ter seu isolamento de borracha, simplesmente a borracha protetora não fez o seu papel de isolante, acreditamos que a proteção simplesmente é borracha condutora. (material sem controle de qualidade) “reciclável”.

Com esse incidente acreditamos que alem desse acessório exista outros de péssima qualidade no mercado. É claro que mesmo com a reclamação com o fornecedor sempre existe uma desculpa por parte deles tipo. “pode deixar que eu vou encaminhar isso para o fabricante e ver o que esta acontecendo, nós sempre trabalhamos com esse produto e é a primeira vez que acontece isso e etc”, bem para não perder tempo e não procurar confusão achei melhor deixar prá La e informar aos colegas o fato.

Triste realidade

Dados de pesquisa revelam um perfil bem pessimista da realidade das instalações elétricas na capital paulista. Apontamos aqui alguns levantamentos que mais chamam a atenção

Visão do usuário

o 88,4% dos usuários consideram suas instalações elétricas “seguras” ou “aceitáveis”, enquanto apenas 56,9% dos técnicos que visitaram os locais as consideraram assim.
o 34,5% dos usuários que consideraram suas instalações “inseguras” ou “muito inseguras” não estão dispostos a melhorá-las.
o 31,4% dos usuários não estão satisfeitos com a quantidade de tomadas existentes nos lares. Por ser um número apreciável de insatisfeitos, talvez seja conveniente a normalização técnica e os regulamentos específicos estabelecerem novos padrões.
Mão-de-obra

o 63,7% dos serviços de eletricidade nas residências são realizados por não-especialistas.
Residências com mais de 20 anos de idade

o 50% não sofreram nenhum tipo de reforma nas instalações elétricas. Considerando-se o envelhecimento natural dos componentes da instalação (vida útil) e a provável inadequação de uma instalação tão antiga às necessidades modernas de alimentação de cargas, conclui-se que um número significativo de residências pode estar com suas instalações elétricas comprometidas.
o 48,7% apresentam freqüentes desarmes de disjuntores ou queimas de fusíveis e 42% das atuações dos disjuntores ou fusíveis foram devido a sobrecargas no circuito.
Residências com mais de 10 anos de uso

o São responsáveis por 100% do total de desligamentos que acontecem devido a curto-circuitos e 80% dos que ocorrem por razão de sobrecarga.
o 75,1% dos choques elétricos ocorrem neste universo.
Violações à NBR 5410

o 98,4% das residências não possuem o dispositivo DR instalado, que é um elemento obrigatório desde 1997 e fundamental para a proteção das pessoas contra os perigos resultantes dos choques elétricos.
o 78,8% dos imóveis não separam os circuitos de iluminação dos circuitos de tomadas.
o 52,8% dos locais usam quadros de distribuição com partes em material combustível, como madeira.
o 39,9% das instalações não obedecem a correta identificação de cor do fio neutro.
o 26,6% dos casos não identificam corretamente a cor do fio terra.
21,8% das residências utilizam dispositivos fusíveis em seus quadros de distribuição, sendo que 60% destes são do tipo “rolha” ou “cartucho”. Isso viola as prescrições da NBR 5410, que somente reconhece os fusíveis fabricados conforme a norma NBR 11840 como aqueles adequados para a utilização na proteção de circuitos elétricos.

A qualidade de uma instalação elétrica depende muito do serviço executado. No caso de uma reforma, é importante que o instalador execute de acordo com o projeto elétrico, e ainda que utilize acessórios e componentes certificados, adotando técnicas corretas e que atendam às normas existentes.

O uso de materiais de boa qualidade também é fundamental para garantir uma instalação elétrica segura e eficiente. Materiais como fios, cabos, disjuntores, chaves, eletrodutos, entre outros, são em sua maior parte avaliados e fiscalizados pelo Instituto de Metrologia – Inmetro.

Claudio – HPTEL

COMO INSTALAR UM CHUVEIRO ELETRICO COMUM

A instalação de um chuveiro começa pela escolha do mesmo.temos diversos modelos e marcas no mercado e varias potencias diferentes.(wats.Isto determina também o consumo ;quanto maior a potencias ,mais caro vai custar seu banho.) Há dois tipos de voltagem , embora, a mais usada e 220 volts.

PASSO A PASSO:

1)-Escolha o modelo mais conveniente e com a potencia da sua escolha que poderá ir de 2500 até 8000 wats.(lembre-se:Quanto maior a potencia nominal maior o consumo de energia e maior a bitola do fio ou cabo)Em geral um bom chuveiro tem quatro temperaturas diferentes,e o fabricante dá as especificações de bitolas dos cabos e dos disjuntores conforme a potencia seguindo até esquemas de instalações.
2)-Se vc escolheu um chuveiro de 6000 W, terá que usar um fio(prefira cabo flexível) de 6mm (abaixo desta potencia use cabos de 4 mm.)
3)-compre além do chuveiro ou ducha , o disjuntor indicado para a potência do mesmo.
4)- como calcular qual disjuntor comprar?vc fará o seguinte cálculo:Pegue a voltagem indicada no chuveiro(em geral os eletricistas chamam de tensão)220 volts por ex:divida pela potencia;digamos 6000 W.divida pela voltagem. Exemplo:
6000/220= vc vai obter algo em torno de 27 amperes .Procure desprezar a dizima e fique com 27 amperes.este deveria ser a capacidade do disjuntor,mas vc deve sempre comprar um disjuntor de trinta ampers.ja que os disjuntores tem estes valores redondos(25,30,35,etc...)Caso Voce instale o disjuntor com capacidade inferior seu chuveiro vai desligar todas as vezes que vc tiver no banho,se o disjuntor tiver capacidade muito maior ,em caso de problemas no circuítos ele não desarmará e poderá causar um enorme problema para voce e toda a sua instalação eletrica podendo mesmo até causar um pequeno desastre.Outro detalhe:Os disjuntores do chuveiro ou qualquer outro circuito,tais como forno elétrico,Micro-ondas,maquinas de lavar;nunca deverá ter capacidade maior que o disjuntor ou chave seccionadora principal da sua casa.se isto ocorre quando vc ligar seu chuveiro o disjuntor principal desarmarará e deixará toda a sua casa sem energia elétrica.

INSTALANDO O CHUVEIRO

6)- Ferramentas necessárias:Ferro de soldar estanho,alicate para elétrica,chave de fenda media,fita "passa fio"e alicate de corte.(use uma faca pequena ou canivete para descascar o fio e nunca estiletes)
7)- material necessário alem do chuveiro:Disjuntor de acordo com a potencia do chuveiro( que nunca deverá ter capacidade maior que seu disjuntor ou seccionadora principal da sua casa))fio ou cabo flexível conforme as bitolas indicadas para cada caso(4mm para aparelhos abaixo de 5000 W e 6mm para aparelhos acima destes valores que poderá chegar até dez mm dependendo da potencia escolhida).Fita isolante de boa qualidade( eu sempre uso da marca 3M.)um conector para cabos 4 ou 6 mm em porcelana,um cano de aluminio para chuveiro de 3/4 para ser usado na tomada de agua do chuveiro(caso sua instalação hidraulica seja de meia polegada vc deverá usar adaptadores metálicos tambem,pois os de p.v.c costumam empenar)
8)-Logo acima da tomada de agua do chuveiro deverá haver uma caixinha 4x4 de plastico ou metálica(em geral são de plastico pvc)procure a entrada do conduite e enfie a fita "passa fio"que deverá ir até o quadro principal ,(normamente este conduite ou cano passará por caixinhas instaladas no teto onde estrão lampadas e lustres que deverão ser retirados. junto com os suportes para que vc se utilizando de uma escada domèstica possa passar a fita "passa fio",isto exige que vc desligue o disjuntor ou chave seccionadora geral,deixando a casa totalmente sem energia.Este inconveniente é necessário para protegê-lo contra choques elétricos.Nunca faça nada com a energia ligada).
9)-Uma vez passada a fita "passa fio" , ela surgirá no quadro principal.Descasque a ponta do fio,amarre na fita e passe fita isolante e vazelina no fio,para que ele deslise mais facilmente pelo conduite.(alguem deverá ajudá-lo nesta tarefa.Um empurrando o fio e outro puxando a fita "passa-fio"
10)- logo que tiver passado o fio totalmente (deverá haver uma sobra de mais ou menos 50 cm de fio sobrando em ambas as pontas do conduítes)solde as pontas do fio com estanho,instale o disjuntor do chuveiro se utilizando do suporte para tal que ja deve haver no quadro uma vez que lá ja existem outros disjuntores.(caso não haja lugar voce deverá instalar um especialmente para elese utilizando de parafusos e a chave de fenda.)
11)-uma vez intalado o disjuntor,vc deverá entroduzir a ponta do fio estanhada no receptáculo do disjuntor e aparafusar usando a mesma chave.
12)-feito a isto voce vá até o banheiro,descasque as outra pontas do fio e estanhe com o ferro de solda a estanho.solte um pouco os parafusos do conector de porcelana ,introduza a ponta estanhada do fio no porta fio do conector e aparafuse até que o fio esteja bem firme;faça isto co a outra ponta.Proceda da mesma maneira com os fios que o fabricante manda ja com o aparelho(chuveiro)(Lembre-se que o chuveiro deve estar intalado no cano de agua que vc ja deve ter instalado.Aliás esta deve ser sua primeira tarefa:instalar o cano metalico apropriado para chuveiro e em seguida o aparelho instalado nele)tudo pronto?
13)- abra o registro do chuveiro e deixe a água escorrer por alguns minutos (2 ou 3 minutos)verifvique se não há vazamentos no cano ou na conexão do chuveiro com o cano(caso haja é porque voce não colocou o anel de vedação que veio com o chuveiro edeverá retirar o chuveiro para a colocação do anel )
14)-tudo certo agora?repita a operação:abra a agua deixe- escorrer por mais alguns segundos e feche.Vá ate o quadro geral e ligue ao disjuntor ou chave seccionadora geral,espere alguns segundos.agora ligue o disjuntor do chuveiro.
15)- Vá até o banheiro , abra o registro e espere alguns instantes.
16)- Tire a roupa e tome um bom banho,voce deve estar todo sujo e fedido de suor após esta trabalheira toda.Não vá se esquecer de recolocar os lustres e lâmpadas que retirou para passar o fio. Se for preguiçoso e não quiser se dar ao trabalho ligue para 011 3229-6508 que farei isto por vc.vai custar em torno de R$150,00 se tiver que trocar a fiação do chuveiro e R$80,00 so para instalar o chuveiro e o disjuntor
O chuveiro da foto é um "quatro estações" da lorenzetti.Usa cabos flexiveis 6mm ,disjuntor de 40 A. e não exige grandes conhecimentos técnicos para instalação .È um aparelho de boa durabilidade e possui 4 temperaturas.Ideal para familias medias.componentes duráveis ,tem a resistencia èletrica,facil de ser encontrada e simples para ser trocada.
vamos pesquisa mais...ou não!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE (NR-10)

O Diário Oficial da União publicou em dezembro de 2004 a Portaria No. 598 de 07/12/04, assinada pelo Ministro do Trabalho, alterando a NR-10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. A nova Norma estabelece procedimentos regulamentares relacionados à segurança, saúde e condições gerais para os trabalhadores que atuam com energia elétrica em todos os ambientes de trabalho, abrangendo desde a construção civil, atividades comerciais, industriais, rurais e até mesmo domésticas. A seguir, transcrevemos algumas das recomendações/exigências da Norma.

As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 volts (em corrente alternada) ou superior a 120 volts (em corrente contínua), somente podem ser realizadas por trabalhador qualificado, que tenha concluído curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. As operações elementares como ligar e desligar circúitos elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação, poder ser realizadas por qualquer pessoa não advertida.

Nos trabalhos (de construção, montagem, operação, reforma, ampliação, reparação e inspeção) em instalações elétricas, devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23 - Proteção contra Incêndios.

Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR 26 - Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir:
a) identificação de circúitos elétricos;
b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos;
c) restrições e impedimentos de acesso;
d) delimitações de áreas;
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas;
f) sinalização de impedimento de energização; e
g) identificação de equipamento ou circúito impedido.

Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências externas.

Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 - Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros superiores livres para a realização das tarefas.

Para evitar o risco de contato (choque elétrico), as instalações elétricas dever ser isoladas e aterradas, ou providas de um contrôle à distância, manual e/ou automático.

Para evitar os riscos de incêndio e explosão, deve haver dispositivos automáticos de proteção contra sobrecorrente e sobretensão, além de proteção contra fogo.

Os transformadores e capacitores devem ser instalados segundo recomendações do fabricante e normas específicas, relacionadas à distância de isolamento e condições de operação.

Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas elétricas atmosféricas (raios), com ligação à terra e pára-raios.

Os condutores e suas conexões devem prever isolamento, dimensionamento, identificação e aterramento.

É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada de corrente (benjamin), salvo se a instalação foi projetada com essa finalidade.

Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que o desligue automaticamente toda vez que, por funcionamento irregular, corra o risco de acidentes.

Os equipamentos de iluminação devem ser de tipo adequado ao local da instalação e possuir proteção externa adequada.

As tomadas no piso devem ter caixa protetora para evitar entrada de água e objetos estranhos.

Os sistemas de proteção coletiva (SPC) e os equipamentos de proteção individual (EPI) recomendados nos serviços com eletricidade são:
a)isolamento físico, sinalização, aterramento provisório;
b)vara de manobra, escadas, detectores de tensão, cintos de segurança, capacetes e luvas; e
c)ferramentas eletricamente isoladas.

Os serviços de manutenção e reparos só podem ser executados por profissionais qualificados, treinados e com emprego de ferramentas e equipamentos especiais.

Os serviços em locais úmidos ou encharcados devem ser feitos com cordões elétricos alimentados por transformador de segurança ou por tensão elétrica não superior a 24 volts.

Todo profissional de eletricidade deve estar apto a prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente através das técnicas de realimentação cardio-respiratória, bem como equipamentos de combate a incêndio (do tipo 3).