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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CLASSIFICAÇÕES REGIONAIS

No Brasil, o Sistema Rodoviário é bastante empregado pelos engenheiros rodoviários, e o Sistema Unificado é sempre preferido pelos engenheiros barrageiros. Já os engenheiros de fundações não empregam diretamente nenhum destes sistemas.
De modo geral, eles seguem uma maneira informal de classificação dos solos, bem regional, que pode ter tido origem nestes sistemas. A pouca utilização dos sistemas de classificação decorre do fato deles nem sempre confirmarem a experiência local. Por exemplo, a “argila porosa vermelha”, que é um solo característico da Cidade de São Paulo, ocorrendo no espigão da Avenida Paulista, seria classificada pelo Sistema Unificado como “silte de alta compressibilidade”, pois seus índices de consistência indicam um ponto abaixo da Linha A. Entretanto, este solo apresenta comportamento típico de argila, tanto que espontaneamente recebeu a denominação que o caracteriza. As discrepâncias entre as classificações clássicas e o comportamento observado de alguns solos nacionais se devem, certamente, ao fato destes serem freqüentemente solos residuais ou solos lateríticos, para os quais os índices de consistência não podem ser interpretados da mesma maneira como o são para os solos transportados, de ocorrência nos países de clima temperado, onde os sistemas vistos foram elaborados. Uma proposta de sistema de classificação dos solos tropicais vem sendo desenvolvida pelo Prof. Nogami, da Escola Politécnica da USP. Neste Sistema, os solos são classificados primariamente em areias, siltes e argilas, e secundariamente em lateríticos e saprolíticos. Nesta classificação, não são empregados os índices de consistência, mas parâmetros obtidos em ensaios de compactação com energias diferentes. O sistema é voltado para a prática rodoviária e se baseia em solos do Estado de São Paulo. Outra maneira de controlar a dificuldade tem sido o das classificações regionais, ainda que informais. Na Cidade de São Paulo, por exemplo, são reconhecidos diversos tipos de solos cujas características vão sendo progressivamente pesquisas e incorporadas ao conhecimento técnico. Além da “argila porosa vermelha” já referida, são reconhecidos a “argila vermelha rija”, que lhe ocorre abaixo; os “solos variegados”, que ocorrem numa grande parte da cidade e que se caracterizam pela grande diversidade de cores com as quais se apresentam; as “argilas cinzas duras”, que ocorrem abaixo da cota do nível d’água do rio Tietê; as “areias basais”, depósitos de areias bastante puras que ocorrem no centro da cidade em grandes profundidades; e as “argilas orgânicas quaternárias”, nas várzeas dos rios Tietê e Pinheiros, inclusive na Cidade Universitária.

NOTA

Esta apostila é uma compilação do livro do Professor Carlos de Souza Pinto, da Escola Politécnica da USP, adaptada ao escopo da disciplina de Mecânica de Solos do Módulo Geral 1 do Curso de Edificações do CEFET-RS. Foram introduzidas ainda algumas citações pertinentes do livro de autoria de Homero Pinto Caputo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos, em 16 Aulas. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 247 p.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1988. 234 p.

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